FILOSOFIA UBUNTU: a urgência de filosofias para descolonizar pensamentos - com Carlos Melo

Sobre o curso

Pensadoras/es de(s)coloniais ponderam que nosso modo de pensar reproduz uma lógica colonial. Esta lógica seria fonte de inúmeros problemas que se perpetuam ao longo dos tempos, tais como o avanço dos genocídios contra as populações negras e indígenas, o crescimento das desigualdades sociais e o aumento no índice de homicídios e violências cometidas contra pessoas LGBTQIA+.

Em cinco encontros iremos refletir sobre epistemologias que possam nos auxiliar no processo de “de(s)colonização do pensamento”. A Filosofia Ubuntu será o eixo condutor de nosso curso, porém, será apresentada sempre em diálogo com pensamentos desenvolvidos por filósofas/os e intelectuais negras/os e/ou de(s)coloniais, tais como Abdias Nascimento, Grada Kilomba, Ailton Krenak, Sobonfu Somé, Wanderson Flor do Nascimento, bell hooks entre outras/os.

Há no mínimo dois motivos que nos apontam a importância das pesquisas e estudos sobre a Filosofia Ubuntu:

O primeiro deles é o fato de que pesquisadoras/es, arqueólogas/os, historiadoras/es, linguistas, etnógrafas/os e geneticistas afirmam que em mais de cinco mil anos (a partir de 3.500 a.E.C), os falantes de línguas Banto estabeleceram comunidades na maior parte da África Subsaariana. Durante este período, os falantes de línguas Banto, desenvolveram economias, sistemas políticos, ideologias religiosas, práticas culturais e tecnologias como, por exemplo, a construção de canoas; a pesca com anzóis, armadilhas e cestas; a agricultura mista; a cerâmica; e a apicultura. Por estes motivos, considera-se que as populações de línguas Banto foram de suma importância no desenvolvimento da história das sociedades do continente africano e do mundo.

O segundo motivo é devido à influência que os povos falantes de línguas Banto exerceram/exercem sobre nossa cultura. Segundo Nei Lopes, os povos de origem banta foram os que mais interagiram com o indígena brasileiro. O intelectual escreve que “de todas as culturas que vieram formar a nação brasileira, nenhuma delas compreendeu melhor o índio e sua relação com a natureza e sua ancestralidade do que as oriundas da África. E, entre elas, as culturas dos povos bantos em especial”.

Plano de curso:

Encontro 1 (24/01)
Por que a Filosofia Ubuntu?

Leitura básica:

FOURSHEY, Catherine Cymone; GONZALES, Rhonda M.; SAIDI, Christine. África Bantu: de 3.500 a.C até o presente. Tradução de Beatriz Silveira Castro Filgueiras – Petrópolis, RJ: Vozes, 2019, p. 21 – 86.

GERBER, Raquel. Ôrí, 1989. Documentário disponível em <https://drive.google.com/file/d/1eRjpniqxMlUx5XxD3QCCXN5hMbZLWs3e/view?usp=sharing>

Leitura complementar:
LOPES, Nei. Bantos, Índios, Ancestralidade e Meio Ambiente. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Guerreiras de natureza: mulher negra, religiosidade e ambiente. São Paulo: Selo Negro, 2008, p. 195 – 198.

Encontro 2 (26/01)
Sankofa, aprendendo com o “passado” para refletir sobre o “presente” e pensar no “futuro”.

Leirura básica:

NDIMANDE, Bekisiszwe S. Lutas Docentes nas Escolas Públicas para Negros na África do Sul Pós-Apartheid. In: Cadernos de Educação, FaE/PPGE/UFPel, n. 39: 2011, p. 37 – 60.

Leitura complementar:

HOOKS, Bell. Ensinando a Trangredir: A Educação como Prática da Liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2017, p. 09 – 36.

Encontro 3 (28/01)
Ubu-Ntu e o “Pensamento Colonizador”

Leituras básicas:

RAMOSE, Mogobe B. A Filosofia do Ubuntu e Ubuntu como uma Filosofia . Hahare, Zimbabwe: Mond Books, 1999.

RAMOSE, Mogobe B. Sobre a Legitimidade e o Estudo da Filosofia Africana. Pretoria, Africa do Sul: University of South Africa, 2011.

Leituras complementares:

GONÇALVES, Pedro, A. P. Universalidade Exclusiva: O Racismo em Kant. Curitiba: UFPR, 2015.

NASCIMENTO, Wanderson Flor do. Aproximações Brasileiras às Filosofias Africanas: Caminhos Desde uma Ontologia Ubuntu. In: Prometeus Filosofia, ano 09, número 21, Dezembro/2016.

SOMÉ, Sobonfu. O Espírito da Intimidade: Ensinamentos Ancestrais Africanos Sobre Maneiras de se Relacionar.

Encontro 4 (31/01)
Epistemicídio ou “o assassinato das maneiras de conhecer e agir dos povos conquistados”

Leituras básicas:

NASCIMENTO, Abdias. O Genocídio do Negro Brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectiva, 2016.

RAMOSE, Mogobe B. Sobre a Legitimidade e o Estudo da Filosofia Africana. Pretoria, Africa do Sul: University of South Africa, 2011.

Leituras complementares:

FANON, Frantz. Em Favor da Revolução Africana. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1980, p. 07 – 31.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jesse Oliveira. – 1. ed. – Rio de Janeiro: Cobogó, 2019, p. 47 – 69

Encontro 5 (02/02)
Ubu-Ntu, Pluriversalidade e a Experiência Humana

Leituras básicas:

RAMOSE, Mogobe B. A Filosofia do Ubuntu e Ubuntu como uma Filosofia . Hahare, Zimbabwe: Mond Books, 1999.

RAMOSE, Mogobe B. Sobre a Legitimidade e o Estudo da Filosofia Africana. Pretoria, Africa do Sul: University of South Africa, 2011.

Leituras complementares:

KRENAK, Ailton. Ideias para Adiar o Fim do Mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

NASCIMENTO, Wanderson Flor do. Aproximações Brasileiras às Filosofias Africanas: Caminhos Desde uma Ontologia Ubuntu. In: Prometeus Filosofia, ano 09, número 21, Dezembro/2016.

LOPES, Nei. Bantos, Índios, Ancestralidade e Meio Ambiente. In: NASCIMENTO, Elisa Larkin. Guerreiras de natureza: mulher negra, religiosidade e ambiente. São Paulo: Selo Negro, 2008, p. 195 – 198.

 

Sobre o professor

carlos melo _filosofia ubuntu

Carlos Melo é poeta e pesquisador nascido em Fortaleza (CE). É pesquisador do Rekhet – Núcleo de Pesquisas em Filosofia Antiga Africana – Geru Maa – Laboratório de Africologia e Estudos Ameríndios UFRJ. Estudante do curso de licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Desenvolve pesquisas sobre Filosofia Ubuntu, De(s)colonialidades e Dessublimação da Arte.

Para saber mais sobre Carlos Melo
https://descoloniza.wixsite.com/carlosmelo

Quando

Dias 24, 26, 28 e 31 de janeiro e 02/02
(segundas, quartas e sexta-feira)
Das 10h às 12h

 

Onde 

Online
As informações de acesso serão disponibilizadas por e-mail.

Após o início do curso você terá acesso à plataforma de estudo d’A Casa por 3 (três) meses, onde poderá rever as aulas gravadas, ter acesso a materiais referenciais e espaço livre para prática e troca entre alunos e alunas.

Turma

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Investimento

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