estudar num’A Casa

Esta programação de comemoração dos sete anos d’A Casa Tombada busca reunir o que fomos colhendo neste trajeto que, desde o seu início, se propõe a aproximar o dizer, o pensar e o fazer, pela amorosidade entre a oralidade e a escrita.

Ou, de um modo mais direto: queremos dedicar nossa vida à palavra. À potência de revolução e paixão que ela nos provoca quando estamos diante dela: sua capacidade e incapacidade de nomear a experiência e, com isso, criar, recriar e des-criar mundos.

Fomos encontrando seres também apaixonados pela palavra. Seres apaixonados pela palavra num’A Casa.

Mas por que é importante ressaltar isso?

Se as palavras nos escapam e, quando escapam, suspendem tudo, é vital cultivarmos um lugar de intimidade com elas para que possamos voltar a elas e sentirmos acolhimento, para que tenhamos a sensação de que não estamos tão invadidos, tão destroçados, tão desmemoriados ou totalmente “falados” assim.

Um lugar de intimidade com as palavras para permitir que elas transitem, que elas sejam escutadas, silenciadas, colocadas em perspectiva.

Quem, em boa consciência, não desejaria alguém para conversar realmente e desembaralhar os pensamentos emaranhados, acanhados,  sentidos?

“estudo tudo: o que devo recusar e o que devo imitar.”
Montaigne