Sobre o Ciclo
II Ciclo de estudos:
Narradores do nosso tempo: o que contam? como contam? onde contam?
10 dias seguidos, 10 formas de pensar, sentir e dizer o fenômeno narrativo
Realização: A Casa Tombada e Escola de Narradores
Dia 1 – 25/5, quinta-feira, das 18h às 20h (BR) – das 22h às 0h (PT)
Título do encontro: Como o estudo ajuda a pensar e a ampliar o campo de atuação ética, estética, política e poética de narradores nas nossas sociedades?
Nome dos convidados: Josy Correia (Escola de Narradores/BR/PT) e Giuliano Tierno (A Casa Tombada/BR)
Mini-bio:
Giuliano Tierno | Doutor e mestre em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP. Sócio-fundador d’A Casa Tombada [Lugar de Arte, Cultura, Educação] na cidade de São Paulo. Idealizador, coordenador, professor do curso de pós-graduação lato sensu Narração Artística: caminhos para contar histórias em contexto urbano. Autor de livros nas áreas de linguagem e narração, destacando-se A Arte de Contar Histórias (2010) e Narra-te cidade: pensamentos sobre a arte de contar histórias hoje (2017).
Josy Correia | Josy Correia é narradora oral e arte-educadora desde 1998, escritora, compositora, produtora cultural e atriz formada pelo Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual (Fortaleza, Brasil). Criadora e diretora da Cia. Catirina de Pesquisa e Produção – Atelier da Palavra (2002), da Escola de Narradores Brasil/Portugal (2015), do Cordão de Histórias: Encontro Internacional de Contadores de Histórias desde 2005 e do projeto Trovadoras Itinerantes desde 2016. Premiada pelo 8° Prêmio Viva Leitura do Ministério da Cultura do Brasil em 2016 com o projeto Rede Mnemosine de mulheres cordelistas, cantadoras, xilógrafas e repentistas, igualmente representante da ONU Mulheres no mesmo ano. Dentre inúmeras formações realizadas em equipamentos culturais e universidades públicas e privadas do Ceará e da Europa, destacam-se formações anuais de professores pela Secretaria da Educação do Ceará e palestras sobre a poesia popular feminina na literatura de cordel, oralidade e poéticas do absurdo em universidades européias como a de Sorbonne Paris 3 e a Universidade de Poitiers (França) entre os anos de 2013 e 2016. Publicou dois livros de literatura infantil, diversos cordéis e é convidada de festivais de narração oral, música, artes cênicas e feiras de livro em países como França, Espanha, Holanda, México, Cuba, Colômbia, Argentina, Cabo Verde, Portugal e Brasil desde 2002.
Dia 2 – 26/5, sexta-feira, das 18h às 20h (BR) – das 22h às 0h (PT)
Título do encontro: Narrativas Afro-luso-brasileiras
Sinopse: Esta apresentação propõe uma reflexão a respeito dos desafios de circulação e produção de histórias afro-brasileiras e africanas de língua portuguesa. A partir de sua experiência com narração de histórias, mediação de leitura em ambientes escolares e centros culturais no Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe, a narradora Mafuane Oliveira compartilha seus processos de pesquisa na construção de repertórios narrativos que valorizem os legados civilizatórios africanos de tradição oral.
Nome da convidada: Mafuane Oliveira/BR
Mini-bio: Mafuane Oliveira é contadora de histórias, escritora, educadora e mestranda no Instituto de Artes da UNESP. Tem dedicado suas pesquisas aos temas da memória, performance, oralituras afrobrasileiras, literatura infanto-juvenil e culturas da infância. É criadora da Cia Chaveiroeiro, projeto de narração de histórias e formação de professores, voltada a pesquisa, difusão e transcriação de narrativas tradicionais africanas e afro-luso-ameríndias e curadoria literária para a infância. Também é apresentadora do programa Contos Rá Tim Bum e co-autora do livro “Mesma Nova História” finalista do prêmio Jabuti 2022 na categoria melhor livro infantil.
A convite das embaixadas do Brasil em Moçambique e em São Tomé e Príncipe ministrou em ambos países cursos sobre mediação de leitura e narração de histórias para professores da educação básica e jovens artistas. Trabalhou como arte-educadora no Núcleo de Educação Étnico-racial da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e como podcaster do UNICEF no Brasil, no programa “Deixa que eu Conto”, roteirizando episódios relacionados a biografias e culturas afrobrasileiras, destinados à infância e educadores.
Dia 3 – 27/5, sábado, das 9h às 11h (BR) – das 13h às 15h (PT)
Título do encontro: Como narrar com participação do público?
Nome da convidada: Kiara Terra/BR/PT
Mini-bio: Kiara Terra é atriz, escritora e doutoranda em Sociologia da Infância, pela UMinho. Cursou Comunicação das Artes do Corpo na PUC SP, habilitação em Performance Arte. Seu interesse é o cruzamento entre a Performance Arte, a infância e a arte narrativa contemporânea. Kiara Terra desenvolve desde 1998 pesquisa de linguagem Performances narrativas interativas tendo com o público como co autor da ação cênica.
Kiara Terra atuou no circuito de mediação de obras de arte em educativos de exposições do circuito de São Paulo (Bienais de Arte e mostras internacionais de Arte Contemporânea via Vídeo Brasil e SESC São Paulo (Exposições: Sophie Calle, Joseph Beuys – A revolução somos nós, Isaac Julien: Geopoéticas entre outras) Kiara acompanhou organizações internacionais de alto impacto social com projetos ligados à difusão de arte em territórios socialmente vulneráveis em 800 municípios brasileiros por 19 anos. Em 2009 lançou seu primeiro livro de literatura para a infância.
Em 2020 Kiara Terra participou da criação de uma série de podcasts para a Unicef do Brasil (Deixa que eu conto) e produziu mais de 200 horas de programação infantil em áudio. E , produziu outros 20 episódios no programa da Unicef para crianças com deficiência (Deixa Que Eu Conto Para Cada Criança). Em 2022 Kiara Terra idealizou, produziu e apresentou a série Leia Com Uma Criança para Itaú social, no Brasil e a série Criança Lê realizada a partir da mediação de crianças e jovens sobre os 30 O.D.S.da agenda 2030 da Onu para a biblioteca digital do Estado de São Paulo.
Dia 4 – 28/5, domingo, das 9h às 11h (BR) – das 13h às 15h (PT)
Título do encontro: Notícias, narração de histórias e biblioteca: Atrocidades, urgências e caminhos.
Nome do convidado: Magno Rodrigues Faria/BR
Magno convida-nos a pensar como o território da biblioteca, sobre a biblioteca escolar, pode ser um potente dispositivo de leitura crítica da realidade e de suas mazelas sociais. As práticas e os estudos que desenvolve como narrador e educador perpassam a performatividade da notícia jornalística com fins a refletir e intervir na realidade.
Mini-bio: Magno Rodrigues Faria. Filho de Guaianases, é pedagogo formado pela Faculdade de Educação da USP com experiências nas redes pública, privada e do terceiro setor. Possui especialização em ” Arte de Contar Histórias – Abordagens poética, literária e performática” pela A Casa Tombada. Foi supervisor de educadores na Bienal de Artes de São Paulo e educador de artes pelo Instituto Tomie Ohtake no projeto “Jovens Emergentes” na comunidade de Heliópolis. Desde 2010 trabalha regularmente como educador de biblioteca pelo Instituto Acaia, onde exerce hoje a Coordenação desta área. Gestor do Instituto Çarê em conjunto do coletivo @vozes_perifericas de 2019 a 2022. Contador de histórias em espaços de cultura (A Casa Tombada, Centro Cultural SP, Biblioteca Mário de Andrade, Itaú Cultural, Quintal da Cultura – TV Cultura, Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, Terça Afro, Bloco do Beco, Mostra Cooperifa de Artes entre outros) também promove oficinas que envolvam a palavra (como a oficina “Verdade ou Mentira” promovida nos SESCs Santos e Santana e Sarau “Você precisa saber o que se passa aqui dentro” no Sesc Jundiaí) e foi colaborador (júri em 2016) da revista Emília no projeto “Destaques da Revista Emília” de 2013 a 2018. Pré-Júri do prêmio Barco a Vapor da editora SM em 2020 e professor convidado da pós “Literatura para crianças e jovens” do ISE Vera Cruz.
Dia 5 – 29/5, segunda-feira, das 18h às 20h (BR) – das 22h às 0h (PT)
Título do encontro: Da porosidade dos corpos na dinâmica do evento narrativo
Nome da convidada: Leticia Liesenfeld/BR
Neste encontro Leticia Liesenfeld se concentrará na pergunta “como os narradores histórias estão narrando?”. A conversa se dará a partir da partilha de suas pesquisas e estudos sobre a presença do corpo nas artes, em especial, na arte do conto.
Mini-bio: Leticia Liesenfeld | Contadora de histórias, atriz e professora. Doutoranda em Teatro pela Universidade de Brasília (UnB). Mestre em Comunicação e Artes pela Universidade Nova de Lisboa (UNL), com Licenciatura em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa (ESTC) e Bacharel em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Atua desde 1997 em produções de teatro e dança (Brasil e Portugal) e desde 2003 como contadora de histórias (Brasil, Portugal e Alemanha). Docente e co-coordenadora do curso de Pós-graduação Lato Sensu Narração Artística: caminhos para contar histórias em contexto urbano, Polo A Casa Tombada (FACONNET-SP). Ministra cursos ligados aos temas: narração oral, dizer literário, corpo e memória. Bolsista da CAPES (2022/2023)
Dia 6 – 30/5, terça-feira, das 18h às 20h (BR) – das 22h às 0h (PT)
Título do encontro: Qualquer coisa entre renascimento e renovação…
Sinopse: Os movimentos de narração oral nas suas diversas geografias partilham ideias e discursos nos quais é possível identificar três vetores: um diz que contar histórias hoje é manter ou reavivar uma prática ancestral, outro, que contar histórias é algo fundamental e útil às nossas sociedades e, finalmente, um terceiro afirma que contar histórias é uma arte por si mesma. Algumas das ideias desses vetores se complementam, outras, se antagonizam. Mas todas convivem e determinam os repertórios dos contadores de histórias, os seus estilos, as suas formas de criar e de contar histórias.
Nome do convidado: Luís Carmelo/PT
Mini-bio: Nasceu em Lisboa em 1976, mas foi no Brasil que cresceu até 1991. É licenciado em Estudos Teatrais, Mestre em Estudos Portugueses (Representações da Morte no Conto Tradicional Português, Colibri, 2011) e Doutor em Artes, Cultura e Comunicação, com a tese Narração Oral: uma arte performativa. Colabora com o Instituto de Estudos de Literatura Tradicional da Universidade Nova de Lisboa e o Centro de Investigação em Artes e Comunicação da Universidade do Algarve. Conta histórias desde 2003, em bibliotecas, escolas, associações, teatros e festivais, em Portugal e no estrangeiro. Cria projetos que revistam o ato de contar histórias sob novos modelos e através de novos instrumentos, como os Contapetes, os Contapetes Bebés, a Barraquinha dos Contos, as Contatinas, Inverosímilis, entre outros. Organiza encontros e conferências dedicadas à narração oral, tais como as duas edições de Narração Oral: Instrumento, Tradição e Arte, em Évora e Faro, ou Tales – Aprender com as histórias na sala de aula, em Beja.
Dia 7 – 31/5, quarta-feira, das 18h às 20h (BR) – das 22h às 0h (PT)
Título do encontro: À Boca do Berço
Nome da convidada: Bru Junça/PT
Sinopse: À Boca do Berço existe uma biblioteca. Imensa. De viva-voz. É no colo de quem nos traz ao mundo que encontramos os primeiros textos que alimentam a relação. É por esse vasto património da tradição oral que, vive pela boca e mora na memória, se aprende a nomear. Aquilo que nos rodeia e a nós próprios. Os primeiros textos imprimem a cultura de onde se nasce e criam um vínculo afectivo à palavra, pela voz de quem nos conta. Saber desta biblioteca é saber da raíz. Lê-la é mantê-la viva, para além de nós. Nascemos, e até morrermos somos seres em permanente construção. Leitor é um processo acumulativo que começa no berço, nesse vínculo emocional, cultural e social integrante de uma Língua. A Família, a Escola e a Comunidade são os três pontos que desenham essa construção de um leitor. É necessário olhar cada contexto, entender e procurar pontes, entre textos, que permitam realizar um trabalho consciente e competente para que a leitura aconteça.
Mini-bio: Bru Junça nasce em Évora. Licenciada em Educação de Infância pela Universidade de Évora e Pós-Graduada em Livro Infantil pela Universidade Católica de Lisboa. Como mediadora de leitura e contadora de histórias participa em vários encontros nacionais e internacionais, quer a nível performativo quer a nível formativo, trabalhando com vários tipos de públicos e diferentes faixas etárias. Em 2012 cria a marca “Conto por Ponto”, livros de pano artesanais inspirados em textos da tradição oral. Desde 2015 que integra projectos de leitura em regime de continuidade, quer em contexto escolares quer em contexto comunitários. Esteve envolvida em projectos de promoção de leitura em alguns países de África, nomeadamente: Cabo Verde, Angola e Moçambique. Em 2020 durante a pandemia Covid-19 foi responsável pela Hora da Leitura do 1º e 2º Ano de Escolaridade no Estudo em Casa, transmitido pela RTP Memória. Em 2020 num trabalho de parceria cria o projecto “Trago uma História no Bolso”.
Dia 8 – 1/6 , quinta-feira, das 18h às 20h (BR) – das 22h às 0h (PT)
Título do encontro: Onde é que, ultimamente, tenho ido contar, a quem e o que conto?
Qual o horizonte para os próximos anos?
Nome do convidado: António Fontinha/PT
Esta será a partilha sobre alguns dos momentos relevantes, numa caminhada com
mais de 30 anos. Onde descobri a vocação de narrador, a quem comecei a contar e que histórias
contei? Como fui gerindo, rentabilizando a prática da narração, até acabar por construir uma
carreira de contador de histórias? Onde é que, ultimamente, tenho ido contar, a quem e o que conto? Qual o horizonte para os próximos anos?
Mini-bio: Nasceu de passagem por Lisboa, em 1966, e viveu no Dundo, em Angola, até 1974.
A sua vocação de contador de histórias revelou-se em 1992 e vive exclusivamente desta atividade desde 1995. Pioneiro do movimento de narração oral em Portugal, atuou em múltiplos contextos e animou milhares de sessões de contos para os mais diversificados públicos. A base do seu repertório são temas da tradição oral portuguesa que, paralelamente à atividade de narrador, tem vindo a investigar por todo o país em várias campanhas de recolha de contos tradicionais.
Dia 9 – 2/6, sexta-feira, das 18h às 20h (BR) – das 22h às 0h (PT)
Título do encontro: Narrar histórias: um circuito ancestral
Nome da convidada: Auritha Tabajara/BR
Mini-bio: Francisca Aurilene Gomes, nasceu em Ipueiras interior do Ceará, chorou na barriga de sua mãe antes de nascer. Nasceu em casa pelas mãos de sua avó parteira Francisca Gomes, e por essa razão o nome ancestral Auritha Tabajara o qual assina suas obras literárias. É escritora, cordelista, contadora de histórias e Terapeuta holistica em ervas medicinais. Três livros publicados, oito folhetos e vários textos em antologia no Brasil e fora do Brasil, alguns textos traduzidos em inglês e Alemão, tem levado a literatura em varias participações em feiras literárias como: FLIP, FLINS, FLIPF, FLIN,FLIPoA, FLIÙ entre outras. Seu livro carro chefe publicado em 2018 Coração na Aldeia pés no Mundo é altamente recomendado pela Fundação Nacional do Livro Infanto Juvenil, está na biblioteca de Washington para pesquisas e inspirou o filme Mulher sem chão o qual conta sua história. Auritha é membro da Academia Internacional de Literatura Brasileira (AILB) Com a cadeira 0345. É a primeira mulher indígena a publicar livros de cordel no Brasil.
Dia 10 – 3/6, sábado, das 9h às 11h (BR) – das 13h às 15h (PT)
Título do encontro: Histórias do tempo cíclico por vozes de nosso tempo
Sinopse: Ainda há lugar para narrativas orais nesse alucinado mundo “novo”? Pela importância conferida ao mundo simbólico por pensadores e psicólogos, poderíamos responder afirmativamente, mas ainda há muitas questões em aberto. Contar histórias, em qualquer contexto, é retornar às origens simbólicas do mundo, ao grande útero da Mãe-Terra, é reinventar a existência a partir de uma viagem pelos recônditos de nossa alma. Contar histórias, enfim, é reafirmar a nossa humanidade.
Nome do convidado: Marco Haurélio/BR
Mini-bio: É escritor, professor e divulgador da literatura de cordel. Tem mais de 50 títulos publicados, a maior parte dedicada a este gênero que conheceu na infância, passada na Ponta da Serra, sertão baiano, onde nasceu. Vários de seus livros foram selecionados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) para o Catálogo da Feira do Livro Bolonha. Finalista do Prêmio Jabuti, suas obras receberam distinções como o selo Altamente Recomendável, da FNLIJ, e o selo Seleção Cátedra-UNESCO (PUC-Rio). Em sua produção destacam-se as obras Contos folclóricos brasileiros, A lenda do Saci-Pererê, Meus romances de cordel, Lá detrás daquela serra, O encontro da cidade criança com o sertão menino, Tristão e Isolda em Cordel, A jornada heroica de Maria e Contos e fábulas do Brasil. Ministra cursos sobre cordel, contos tradicionais e mitologia comparada em espaços os mais diversos.
Quando
10 encontros online e ao vivo no Zoom
Aulas gravadas com acesso por três meses
Início – 25/05 a 03/06/23
Investimento
R$ 380,00 (dividido em 4 vezes no cartão)
Descontos:
10% para estudantes e ex-estudantes de cursos livres d’A Casa
15% para ex-estudantes de pós d’A Casa
20% para estudantes regularmente matriculados nos cursos de pós-graduações d’A Casa
Solicite o cupom por email: cursos@acasatombada.com