Sobre o núcleo
Histórias para quem dormir? com Nicole Aun – Movimento Atreva-se!
As histórias que nos fizeram dormir, agora podem nos fazer despertar!
O nosso maior objetivo com esses encontros é poder desvendar algumas das armadilhas que o patriarcado capitalista usa para que a gente se enrede em suas tramas e ainda chame isso de natural. E as princesas da Disney tem um papel importantíssimo nisso!
Como sabemos, o patriarcado veio há bastante tempo antes do capitalismo, mas eles deram um “match” e, desde que se encontraram, nunca mais se largaram. Hoje se utilizam das mesmas ferramentas para se manterem no espaço da ideologia vigente, a indústria do entretenimento é uma delas.
Nesses encontros vamos entender como histórias que ocupam o nosso imaginário, nossa subjetividade e nossos afetos, vão enunciar o modo como devemos nos comportar, sonhar, desejar e vão normalizando violências, silenciamentos e opressões. E aí poder atuar sobre elas.
Como acontece
15/03 – Encontro 1 – A aula será dividida em três partes, primeira parte dedicada a nos lembrarmos da história do filme, na segunda eu conto a versão do Movimento Atreva-se e na terceira falamos do impacto da narrativa do filme no nosso cotidiano!
Síntese: Branca de Neve. O que o filme nos ensina sobre racismo, etarismo, capacitismo e, para citar Silvia Federici, sobre “o que vocês chamam de amor é trabalho gratuito para o capital”. Vamos pensar também sobre o quanto é conveniente para o patriarcado capitalista que um corpo inerte de uma moça, não só pode como deve ser violado. Se for para alguma coisa ser verdade que sejam os bichinhos que ajudam no trabalho cotidiano, o príncipe encantado, passamos!
29/03 – Encontro 2 – A aula será dividida em três partes, primeira parte dedicada a nos lembrarmos da história do filme, na segunda eu conto a versão do Movimento Atreva-se e na terceira falamos do impacto da narrativa do filme no nosso cotidiano!
Síntese: Cinderela. Será que a competição entre mulheres existe ou foi construída como ferramenta patriarcal? Uma festa para um homem escolher entre TODAS AS MULHERES DE TODOS OS REINOS com quem ele vai se casar, ser escolhida não é uma espécie de premiação? Simone de Beauvoir fala lindamente sobre isso no “segundo sexo”.
12/04 – Encontro 3 – A aula será dividida em três partes, primeira parte dedicada a nos lembrarmos da história do filme, na segunda eu conto a versão do Movimento Atreva-se e na terceira falamos do impacto da narrativa do filme no nosso cotidiano!
Síntese: A Bela e a Fera. Essa é uma história que usamos para falar sobre relacionamentos abusivos, cárcere privado, a relação de afeto e violência, além de pensarmos sobre a responsabilidade dela em reinserir a Fera na sociedade. Quem nos guia é Flávia Biroli com o seu “gênero e desigualdades- o limite da democracia no Brasil”. Essa é uma história para contarmos para a polícia, não para as crianças, não?
26/04 – Encontro 4 – A aula será dividida em três partes, primeira parte dedicada a nos lembrarmos da história do filme, na segunda eu conto a versão do Movimento Atreva-se e na terceira falamos do impacto da narrativa do filme no nosso cotidiano!
Síntese: A Pequena Sereia. Esse é o filme que as adolescentes amam. Ela parece independente, insubordinada, ousada, sedenta pela liberdade, mas resulta que para se casar e atingir a tal liberdade (oi?) ela perde a cauda e a voz. Ela deixa de ser quem ela é para viver um amor com um rapaz desconhecido. Aqui também tocamos no conceito bastante importante do “negroceno” criado por Martim Ferdinand em resposta ao “antropoceno”. Já que o que é considerado “civilização” são os colonizadores, esse tema nos parece bastante pertinente.
10/05 – Encontro 5 – A aula será dividida em três partes, primeira parte dedicada a nos lembrarmos da história do filme, na segunda eu conto a versão do Movimento Atreva-se e na terceira falamos do impacto da narrativa do filme no nosso cotidiano!
Síntese: Jasmine (Aladin) e Tiana (a princesa e o sapo). Nesse encontro vamos falar sobre racialização, sobre como não brancos são retratados nos filmes da Disney, além de pensarmos sobre a retirada da condição de sujeito da que era a única “princesa negra da disney” que, 75% do filme ela é um sapo! Quem nos guiará neste encontro será bell hooks com o seu belíssimo “tudo sobre o amor”.
24/05 – Encontro 6 – Valente e Moana. A aula será dividida em três partes, primeira parte dedicada a nos lembrarmos da história do filme, na segunda eu conto a versão do Movimento Atreva-se e na terceira falamos do impacto da narrativa do filme no nosso cotidiano!
Síntese: Quando o amor romântico não cola mais, dá-lhe meritocracia! Entramos no reino “das princesas modernas”. Como sabemos o capitalismo não tem ideologia e faz qualquer negócio para transformar pautas e movimentos contrários a ele em produto, as princesas modernas nos contam sobre essa empreitada. Além, é claro, de manter tudo onde está para usufruto dos representantes do poder patriarcal (também conhecido como capangas) Sohaila Abdudali com o seu “do que estamos falando quando falamos de estupro” será nossa bússola.
7/06 – Encontro 7 – Elza (Frozen). A aula será dividida em três partes, primeira parte dedicada a nos lembrarmos da história do filme, na segunda eu conto a versão do Movimento Atreva-se e na terceira falamos do impacto da narrativa do filme no nosso cotidiano!
Síntese: Esse filme nos conta como a relação de afeto e violência é nociva não apenas quando se trata de amor romântico, dentro de casa elas também são bem perigosas. Para nos acompanhar nesse encontro, convidamos o Calibã e a Bruxa, da Silvia Federici
21/06 – Encontro 8 – Encontro final para falarmos sobre estratégias, conclusões, insights e abismos.
Síntese: Sara Ahmed e seu “para viver uma vida feminista” nos ajudará a construir um Kit de sobrevivência feminista, que no meu livro “Nomear para Combater- uma tentativa de organizar a raiva para virar pensamento” eu chamo de “algibeira”.
Referências
Nomear para combater- Uma tentativa de organizar a raiva para virar pensamento. De Nicole Aun
Para viver uma vida feminista, de Sara Ahmed
O Calibã e a Bruxa, de Silvia Federici.
Do que estamos falando quando falamos de estupro, de Sohaila Abdudali.
Por uma ecologia decolonial, de Martim Ferdinand
Gênero e desigualdade- os limites da democracia no Brasil, de Flavia Biroli
e mais uma infinidade de livros e debates que vamos lembrando e citando durante os encontros
Sobre Nicole Aun
NICOLE AUN , ativista feminista pelo Movimento Atreva-se, autora do livro “nomear para combater- uma tentativa de organizar a raiva para virar pensamento”. Há cinco anos realizo, junto ao Atreva-se, uma pesquisa sobre estratégias específicas para aproximar os jovens e adolescentes de temas ásperos como a Violência contra a mulher e Disparidades de Gênero. Desta pesquisa resultou na criação de dois jogos que fazemos por aí.
Mãe da Lina, artista de teatro, diretora artística e roteirista de eventos corporativos. Moro na roça depois de uma vida toda (ou quase toda) na pauliceia. Sou tudo isso, não necessariamente nessa ordem. Também sou tantas outras coisas que ainda não consigo nomear. Faço da indignação meu maior motor e talvez por isso consiga passear por tantos mundos. Também porque não tirei carteirinha de nenhum clube e faço com que a minha luta caiba onde eu estiver.
Quando
às quartas-feiras – das 19h30 às 21h30
8 encontros online e ao vivo
Aulas gravadas com acesso por três meses
Início – 15/03 a 21/06/23
Investimento
R$ 590,00 (dividido em 4 vezes no cartão)
Descontos:
10% para estudantes e ex-estudantes de cursos livres d’A Casa
15% para ex-estudantes de pós d’A Casa
20% para estudantes regularmente matriculados nos cursos de pós-graduações d’A Casa
Solicite o cupom por email: cursos@acasatombada.com