Barro, por Eva Dayane J. dos Santos

 

 

Do barro, peço agô!

Do barro, crio minhas preces e orações

Dele recomponho minhas forças femininas em Nãnã

Nãnã é quem me ensina a erguer a cabeça e seguir

É ela que me acolhe nos braços quando a dor aparece

É ela quem assenta o Agora!

Ela é força que me conecta a tradição ancestral da vida, do renascer e morrer

Porque nós morremos um pouco a cada instante em sua infinita roda viva

Nãnã é mãe que acolhe teus filhos em seus braços gélidos de vida

Nãnã é a força para reerguer quantas vezes for preciso…

 

 

 

 

Barro é uma tradição do povo Kariri e também dos povos bantu, do qual carrego ancestralidade.

Quem sou? Mulher, mãe, indígena, negra, nordestina, baiana. Sou herdeira da ancestralidade dos povos Tupinambá-Kariri-Banto em continuidade no Recôncavo da Bahia. Sou também leitora de mundos, contadora de histórias, poetisa, bibliotecária, pesquisadora, educadora, mestra, doutoranda.

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