Vagão_onde me encontro no trem - Recolhas de gestos desdobrados pela materialidade
Autor
Ivy Andrea Calejon
Colaborador
A Casa Tombada
Descrição
Essa escrita é uma busca por linguagens não ditas, por significados ausentes. Para lê-la: a outra mão. Um gesto grifado por desejos que se deslocam no corpo e tremem na língua. Falhas que se instauram em mim, despertam a produção de estados descontínuos. Fios se tornam linhas que insistem em errar. Me entrego a uma experiência de desfazimentos. Corrosiva. Recolho peças enferrujadas, em retornos insistentes à paisagens tão íntimas, na estação de trem na cidadezinha onde nasci. Legitimo feridas na tentativa de encontrar uma escrita impregnada de gestos singulares, de linhas ativas, entrecruzadas, que instauram um ritmo intruso, que me põe a_escrever, a_bordar, a_dançar. Não é um chão a ser pisado, mas deslocamentos a serem sentidos. Me inscrevo sem contorno, em estado de abertura para que a própria experiência se diga. Me confio à soltura do fio e da palavra. Subverto falhas em potência criativa: um modo_desvio de percorrer as intensidades que me atravessam com força de trem e profundidade de poço. Sigo a vagar, a explicitar a vida crua, as fragilidades, a exaustão e os topos da pele. Não há parada.