Descrição
Conviver, (co) habitar, (co) existir. As crianças no exercício de suas múltiplas infâncias, através da sua corporeidade intensa, cheia de presença, ocupam os diferentes espaços do cotidiano da cidade. Produzem assim suas espacialidades, através da interação com seus pares e movimentos típicos de criança, que podem ser observados na forma singular como ocupam esses diversos espaços. A espacialidade infantil tem características próprias como a: interação, subversão, abstração, invenção experimentação, ressignificação. A forma como se expressam e vivenciam os espaços diversos, permite a elas existir e resistir no espaço urbano, uma vez que são historicamente segregadas da vida social e das ruas das cidades. Confinadas em espaços fechados, privados, ou reservados para elas como parquinhos e pracinhas, os chamados “lugares de criança”, desenhados pelo mundo adulto, que insiste em nome do cuidado, segurança e controle, tirá-las da vida pública e das ruas.
A aproximação da Antropologia com a Geografia, é um convite para ampliar o olhar para essas infâncias, tecendo relações, intercambiando conhecimento, na perspectiva de encontrar caminhos que possibilitem adentrar mais profundamente no universo das crianças, valorizando as culturas infantis e a forma como se expressam espacialmente. A infância é uma dimensão da vida. E o sentido da infância é atravessado pelas dimensões do tempo e espaço.
