Descrição
No combate entre você e o mundo, prefira o mundo. Franz Kafka Costuma-se pensar a educação do ponto de vista da relação entre a ciência e a técnica ou, às vezes, do ponto de vista da relação entre teoria e prática. Se o par ciência/técnica remete a uma perspectiva positiva e retificadora, o par teoria/prática remete sobretudo a uma perspectiva política e crítica. De fato, somente nesta última perspectiva tem sentido a palavra “refle- xão” e expressões como “reflexão crítica”, “reflexão sobre prática ou não prática”, “reflexão emancipado- ra” etc. Se na primeira alternativa as pessoas que tra- balham em educação são concebidas como sujeitos técnicos que aplicam com maior ou menor eficácia as diversas tecnologias pedagógicas produzidas pelos cientistas, pelos técnicos e pelos especialistas, na se- gunda alternativa estas mesmas pessoas aparecem como sujeitos críticos que, armados de distintas estra- tégias reflexivas, se comprometem, com maior ou menor êxito, com práticas educativas concebidas na maioria das vezes sob uma perspectiva política. Tudo isso é suficientemente conhecido, posto que nas últi- mas décadas o campo pedagógico tem estado separa- do entre os chamados técnicos e os chamados críti- cos, entre os partidários da educação como ciência aplicada e os partidários da educação como práxis política, e não vou retomar a discussão. O que vou lhes propor aqui é que exploremos juntos outra possibilidade, digamos que mais existen- cial (sem ser existencialista) e mais estética (sem ser esteticista), a saber, pensar a educação a partir do par experiência/sentido. O que vou fazer em seguida é sugerir certo significado para estas duas palavras em distintos contextos, e depois vocês me dirão como isto lhes soa. O que vou fazer é, simplesmente, explorar algumas palavras e tratar de compartilhá-las. E isto a partir da convicção de que as palavras