Naquela casa tinha: questões sobre memória, velhice e registros em tempos líquidos
Autor
Ana Carolina da Costa Camin Fernandes
Colaborador
FACON - A Casa Tombada
Descrição
O artigo que se desenrolará a seguir tem o intuito de trazer uma discussão sobre como a memória e a velhice se relacionam nestes tempos de incertezas, imediatismos e efemeridades, e qual o impacto desta nova ordem pós-moderna, conduzida pelo consumo, em nossa história pessoal e de nossos próximos. Tem por base os pensamentos de Zygmunt Bauman, sociólogo polonês que nomeia esta era do individualismo de “Modernidade Líquida”, e de Ecléa Bosi, professora emérita de psicologia social da Universidade de São Paulo (USP) que se dedicou a estudar grupos sociais marginalizados por esta conjuntura, como os idosos. Destas leituras nasce a hipótese de que no exercício da escuta pode-se garantir os lugares daqueles que hoje não mais têm voz, no entanto, provocar os ""espaços de escuta"" pode ser bastante desafiador neste cenário que estamos inseridos. Dadas estas premissas, o artigo propõe um movimento de resistência, por meio do projeto “Naquela casa tinha: contos infanto, sênil, juvenis”, um trabalho de pesquisa e transcrição de memórias pessoais e de recortes das histórias protagonizadas pelos Pedecini, uma família de oito irmãos que viveram em uma vila de operários e que hoje dá lugar a um dos maiores shoppings centers de São Paulo, localizado na Vila Guilherme – Zona Norte da cidade.