Descrição
Me vejo aqui, sentada frente a livros e um computador, no silêncio, experimentando contar/fundar como foi a viagem da pós graduação – Caminhada como método para arte educação –, para mim, por meus próprios passos; e sigo, como que presa, ou lenta... a cada nova frase refeita ou revista, um novo universo. Um novo verso. Fato: fundar espaços, na essência de seu sentido, está longe de ser uma tarefa sutil. Pede densidade, contexto, texto... Exige distâncias e aproximações, exige medidas que se diferem em cada passo de cada viajante. É como se fosse quase impossível abraçar o fim, ou compreender que não tem fim, tem pedaço. Tem espaço. Fundar este espaço foi quase uma implosão. Uma ausência exigente. Fui quase “vazio”, lugar “branco” onde tudo começou. Uma brancura imensa como a brancura do cachalote em Moby Dick, livro menir, que me despertou iniciar compreensões em um itinerário que comecei chamando de itinerário de folhas e depois passei a chamar de itinerário de vazios; ITINERÁRIOS. Dobráveis, desdobráveis, materiais e imateriais, fixos e móveis, de passos e de palavras, eram múltiplos, transformavam-se, e, tinham a capacidade de se relacionar. Do passado, do presente e quem sabe, os do futuro.