Como os pontos de um bordado, também alinhavamos as memórias, cortando linhas, desatando nós, juntando os fios, entrelaçando-os, costurando assim uma grande teia. No presente artigo trago uma breve exposição de como os fios das narrativas pessoais despertadas e vivenciadas nos quintais da infância tornaram-se resgate de elos preciosos para minha formação profissional, atuando no desenvolvimento de uma prática de pesquisa (ação) na Educação Infantil, assim como a importância da presença viva das histórias de vida pessoal atrelada à escuta dos desejos e interesses das crianças. Nesse artigo, conto como a história de Peter Pan/Terra do Nunca tornouse um eixo de arremate na formulação de hipóteses sobre a construção do pensamento infantil no desenvolvimento das linguagens oral e escrita. Tendo como interlocutores os autores Maria de Lourdes Patrini e Walter Benjamim, foi possível afirmar que houve um crescente desenvolvimento na oralidade das crianças na capacidade transformadora e da imaginação criativa de construir e contar histórias.