Introdução
Ações d'A Casa
Sobre as ações que A Casa já realizou e que abriram caminho para a contemplação nesse edital público
Histórico de realizações no espaço Localizada no bairro da Água Branca, o espaço cultural inaugurado em 18 de julho de 2015, pelos artistas e pesquisadores Ângela Castelo Branco e Giuliano Tierno de Siqueira, A CASA TOMBADA-Lugar de Arte, Cultura e Educação abriga debaixo de um mesmo teto salas para formação de iniciação e aprimoramento artístico, ateliês, biblioteca, café, espaço para convívio, exposições e conversas em diferentes formatos. A Casa tem sido reconhecida pelo trabalho de excelência desenvolvido ao longo dos últimos anos nas áreas de literatura, oralidade e escritura, subsidiada exclusivamente pelos pagamentos daqueles que desejam se aproximar e usufruir de sua programação. Até o momento não obteve nenhum apoio publico ou privado para as suas atividades. Com caráter (in)disciplinar, busca diminuir as fronteiras entre as linguagens artísticas, o fazer e o pensar. Os cursos e encontros que acontecem na Casa são construídos de forma artesanal e estão voltados para os saberes de experiência dos participantes. A lógica dos cursos e dos encontros não é o da troca, do “serviço”, mas da “graça”, em que se sustenta a crença no acontecimento. 1 Sua forma de existência se dá em companhia da poesia na parede, das galinhas que atravessam a rua do Parque da Água Branca e que botam seus ovos no jardim até a feitura de um pão na hora, para ser servido enquanto respira. Um lugar de convívio estético e ético. Onde os saberes não se escondem, servem para dar. A Casa ancorou-se no trabalho pendular entre a retomada da narração oral em contexto urbano, a escrita e a literatura, por meio de: Cursos livres de curta duração (ateliês de criação e rodas de conversa); Grupos de estudo; Ateliês Literários (leitura, escrita e oralidade); Aulas-Poema (encontros para escrever e falar sobre a escrita); Encontros de formação para educadores e mediadores culturais; Lançamentos de livros e encontros com autores; Assessoria em Arte e Literatura para escolas e instituições culturais; Sessões de Narração Oral. O projeto inicial d’A Casa era abrir um local que fosse destinado a cursos, pesquisa e criação nas áreas de narração oral, escrita e literatura. Porém, com menos de 02 meses de abertura, iniciou-se uma procura e interesse de artistas, editores, produtores culturais, educadores bem como profissionais de outras áreas para a ocupação da Casa com diferentes projetos, e optou-se por acolher cada desejo, cuidando das individualidades e necessidades de cada ideia nova que chegava. Apesar da Casa não possuir especificamente recursos financeiros para investir nos projetos, oferecíamos um capital social, ou seja, de acolhida, de estrutura física e humana. Até hoje A Casa não possui financiadores públicos e privados, o que impõe um desafio cotidiano de partilhar custos com todos os envolvidos nas ações d´A Casa. Houve uma grande procura de autores que gostariam de pensar uma outra forma de realizarem os lançamentos de suas obras (tivemos durante esses dois anos 08 lançamentos de livros, destacando O livro Yorubá: vocabulário temático do Candomblé de Márcio de Jagun, O Poeta e a Foca de Nanete Neves e o lançamento da editora de livros artesanais Treme-Terra). Editoras preocupadas com a formação de leitores, também procuraram A Casa, pois precisavam de um espaço para propor conversas mais aprofundadas (realizamos 2 10 conversas sobre literatura e educação, com a presença de autores e ilustradores com as editoras Pulo do Gato, Jujuba, Nós). A Casa acolheu grupos iniciantes de teatro sem verba para alugar um espaço de ensaio (04 grupos ensaiam no espaço). A Casa abrigou e abriga exposições de trabalhos visuais (04 exposições com duração de 02 meses, destacando o escritor italiano Roberto Parmeggiani, o ilustrador Renato Moriconi, a artista Mariana Galender). Abrigamos grupos de músicos/dançarinos de fora de SP que estavam passando pela cidade e gostariam de um lugar para se apresentar (Tamboreras da Ingoma/Colômbia, Dúo Beilinson-Gacón duo de violões argentinos). Recebemos grupos de teatro que inspiraram suas criações na Casa Tombada, dentre elas o espetáculo infantil Sobre Fósforos e Passarinhos do grupo Travessia e o espetáculo de dança do Núcleo Mirada cuja criação foi dançar 24 horas no espaço e a realização de um documentário dessa experiência chamado Jet Lagged. Apresentaram também grupos amadores como a Cia dos Desconhecidos, com a peça Os Perrengues, provenientes do Projeto Vocacional, Parelheiros-SP. Por não possuirmos mantenedores nem captação de recursos públicos e privados durante esses dois anos, fomos sobrevivendo com contribuições nos eventos com a lógica do “pague quanto acha que vale” e ações voluntárias. Como resultado dos encontros de formação e pesquisa d´A Casa destacamos a publicação do livro Narra-te cidade, coleção de artigos de contadores de histórias e pesquisadores e o Seminário Narra-te cidade (em parceria com o Instituto de Artes da UNESP) com a presença da pesquisadora e contadora de histórias canadense Myrriame El Yamani. Paralelamente, realizamos encontros formais e informais com temáticas necessárias para o mundo contemporâneo como: ética e política, desobediência civil, filosofia feminista, 3 formação do povo brasileiro, como fazer escola hoje, além de realizarmos conversas com estudantes secundaristas, poetas, filósofos, ativistas. Dentre os encontros, cursos e palestras com convidados especiais destacamos: Jorge Larrosa, Lúcia Castelo Branco, Safaa Faati, Casas Brasileiras de Refúgio, Luiza Erundina, Ivone Gebara, Dona Maurinete, Ricardo Azevedo, Eva Furnari, Graça Lima, Michel Yakini, Edith Derdyk e André Neves. Curso com os escritores Ronaldo Bressane, Claudio Fragata, Edson Cruz, Marcelo Ariel, Xavier Bartaburu, oficina de bordado com a artista mexicana Gimena Romero. Como provocação artística para os próprios criadores da Casa, foi criado o Sábado em Casa, sessão de narração oral para adultos, realizado uma vez ao mês com um jantar coletivo, que é frequentado por cerca de 90 participantes por noite. Atualmente temos mais de 19 mil curtidas no facebook e uma intensa procura de artistas e interessados em ocupar a Casa. Pelo volume das ações desenvolvidas pel’A Casa e pela diversidade do público que nela frequenta artistas nacionais e internacionais, entendemos que o edital Território das Artes será um importante parceiro para continuarmos realizando tais ações (tanto com capital financeiro como capital social).