Desde o dia 12 de março A Casa Tombada ganhou um novo nome, um novo habitar: A Casa-Nuvem. Em meio a muitas dúvidas e receios, o desafio nos foi (im)posto: era preciso caminhar por entre a própria névoa.
Brincar de imaginar desenhos entre as nuvens no céu azul já havíamos feito. Olhar um pedaço de nuvem e ter vontade de comer algodão-doce também.
Andar com a cabeça por entre elas, nem se fale.
Mas pisar no branco, prosseguir mesmo sem enxergar nada, ter apenas a confiança de ir, com a atenção de um passo por vez e fazer-se junto, isso foi, de alguma forma, novo.
E por falar em forma, quando viajamos pelo ar e nos deparamos com uma turbulência, percebemos que as nuvens possuem muita, muita materialidade.
Assim como na tela de computador que chamamos a priori de lisa que, quando precisamos desesperadamente encontrar alguma textura, ela aparece.
Seguimos sem poder ver para onde nos leva o próximo passo. Seguimos pelo desejo de seguir.
Entre o deslizar e a fricção. O peso e o véu.
A única certeza que se apresenta que é da natureza da nuvem a instabilidade, o mover-se.
Assim como nunca precisamos tanto do estudo como ponto de contato entre as substâncias vivas.
Aqui, recolhemos alguns fragmentos de textos por onde transitamos nesses tempos difíceis: muito próximo da morte, ainda assim estudar e desejo de vida.
O desejo de vida
Muito perto da morte
Ainda assim estudar