Sobre o curso
“A esperança messiânica – esperança que é também pavor – se impõe quando a história aparece politicamente apenas como uma azáfama arbitrária, um processo privado de sentido. Mas, se a razão política se torna por sua vez messiânica, essa confusão que retira sua seriedade da busca por uma história racional (compreensível) como da exigência de um messianismo (realização da moralidade), testemunha somente um tempo tão angustiante, tão perigoso, que todo recurso parece justificado: podemos tomar distância quando Auschwitz acontece? Como dizer: Auschwitz aconteceu?” (L’Écriture du Désastre, p. 216).
Este curso poderia justificar-se plenamente se conseguisse oferecer os instrumentos necessários para que a passagem acima se tornasse completamente legível. Na verdade, não estaríamos longe dos objetivos que aqui nos propomos. A citação escolhida condensa de forma potente quase todos os elementos sobre os quais conversaremos ao longo dos nossos 8 encontros tal como detalhado no cronograma, no entanto, é importante ressaltar que a leitura de A Escritura do Desastre, hoje, nos arrasta para um ponto crítico do pensamento histórico e filosófico contemporâneos sem a experiência do qual, me parece, permanecemos desprovidos dos meios e da linguagem que desarmam, tornam inoperantes, o vocabulário da violência e possivelmente também a sua força de penetração nos corpos e nas subjetividades. A esse ponto crítico dá-se o nome de “desastre” e de “messianismo”. É fato que a resistência pode e deve se dar em níveis diversos de ação, mas buscaremos entender se ela pode e deve também se dar mais profundamente em níveis diversos de temporalidade (em seus desdobramentos sociais, políticos e subjetivos como organizados nas duas partes do curso).
Além do livro que estará no centro das nossas atenções, A Escritura do Desastre, recorreremos a algumas obras literárias de Blanchot, absolutamente fundamentais, e a uma variedade de outros de seus escritos críticos e cartas. Dialogaremos igualmente com Walter Benjamin, Gershom Scholem, Michael Löwy, Giorgio Agamben, com a psicanálise de Serge Léclaire e confrontaremos o autor da QTP (Quarta Teoria Política) Alexandr Duguin.
Percurso do curso
1ª Parte: desastre e messianismo
Encontro 1 (27/4): O que é o desastre?
Encontro 2 (4/5): Introdução ao problema do messianismo (Michael Löwy)
Encontro 3 (11/5): A literatura de Blanchot e o tempo messiânico
Encontro 4 (18/5): A fraqueza e o messianismo
Encontro 5 (25/5): Antifascismo: Walter Benjamin e Maurice Blanchot face à Alexandr Dugin
2ª parte: temporalidade, memória e montagem na Escritura do Desastre
Encontro 6 (1/6): “Uma cena primitiva”: a presença de Serge Leclaire (convidada: Natália Léon)
Encontro 7 (8/6): “Uma cena primitiva”: montagem e citação
Encontro 8 (15/6): Conclusão
Quem é o professor

João Gomes é professor, historiador e pesquisador independente. Bacharel em História pela PUC-SP, Mestre em História Social (História Medieval) pela Unesp e doutorando em História Medieval pela Université Paris-I La Sorbonne e EPHE-Paris.
Quando
Dias 27/4; 4, 11, 18 e 25/5 ; 1, 8 e 15/6 (às terças-feiras)
Das 19h30 às 21h
Onde
Online
As informações de acesso serão disponibilizadas por e-mail.
Público
Geral
Turma
30 pessoas
Investimento
R$ 400,00
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