Sobre o curso
No prefácio de O livro das comunidades, Maria Gabriela Llansol destaca três pontos importantes para a leitura de seu livro: o vazio provocado, o vazio continuado e o vazio vislumbrado. A partir desses três vazios, estudaremos o que a escritora chamou de paisagem e como essa noção, atravessada por textos de outros escritores, ajuda-nos a ler o mundo não mais de uma perspectiva hierárquica na qual o humano é apartado das outras formas de vida que coabitam o planeta. A ética da paisagem convoca-nos a olhar o mundo não mais como um espelho, mas como caminho transitável. O texto literário, nesse contexto, mostra sua potência política para a desconstrução de discursos que apontam para a negação das diferenças, pois ao mirar nos limites da língua – sua substância lenhosa – ele nos coloca a tarefa de sustentar esta afirmação que por muito tempo apresentou-se como improvável: tudo no mundo escreve.
Percurso do curso
Encontro 1 (19/01): Os três vazios
Apresentação do curso. Leitura do prefácio de O livro das comunidades, de Maria Gabriela Llansol. Introdução à noção de paisagem, segundo esta autora.
Encontro 2 (26/01): O vazio provocado – Mutação
Discussão sobre a noção de metamorfose na obra de Maria Gabriela Llansol, a partir da leitura da conferência “Eu sou o monstro que vos fala”, de Paul B. Preciado.
Encontro 3 (02/02): O vazio continuado – A tradição
Discussão sobre a noção de tradição, “segundo o espírito da restante vida”, gotejada com a leitura do livro “Ideias para adiar o fim do mundo”, de Ailton Krenac.
Encontro 4 (09/02): O vazio vislumbrado – Um Corpo Cem Memórias de Paisagem
Apuração da noção de ética da paisagem, a partir das discussões das aulas anteriores e a leitura de fragmentos do livro “A revolução das plantas”, de Stephano Mancuso e do poema “Fauna e flora”, de Francis Ponge.
Referências bibliográficas para compor o curso
KRENAC, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
LLANSOL, Maria Gabriela. O livro das comunidades. Lisboa: Relógio D’água: 1999.
MANCUSO, Stefano. Revolução das plantas: um novo modelo para o futuro. Trad. Regina Silva. São Paulo: Ubu Editora, 2019.
PRECIADO, Paul. B. Je suis un monstre qui vous parle: rapport pour une académie de psychanalystes. Paris: Grasset, 2020.
ROCHA NETO, João Alves. A escrita dos dias: a ética da paisagem em Maria Gabriela Llansol. 2015. 287f. Tese (Doutorado em Teoria da Literatura e Literatura Comparada). Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
créditos da imagem:
Medo de Ser
Leonora Weissmann, 2012
Acrílica, vinílica e colagem sobre tela
Quem é o professor
João Rocha é professor, tradutor e doutor em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Quando
Datas: 19, 26/01; 02, 09/02 (2021)
Horário: 19h às 21h
Onde
Online
As informações de acesso serão disponibilizadas por e-mail.
Público
Geral
Turma
30 pessoas
Investimento
R$ 180,00
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